Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Silvio Persivo

A DERROTA JUNTO COM A DESONRA



Silvio Persivo (*)

O impeachment será inevitável. Se, não ocorrer agora, tornará o país um barril de pólvora. Não há golpe, mas, sim rebeldia, manifestações espontâneas da população que não deixam dúvidas sobre a repulsa às pretensões hegemônicas do PT.

Podem dizer que não foi o povo, mas, foram as massas populares mais conscientes, as mais informadas que se mobilizaram nas redes sociais e nas ruas, que mostraram aos políticos tradicionais que repudiavam o governo, a soberba e a prepotência da presidente Dilma, a ineficiência do governo e a complacência, e porque não dizer a cumplicidade dos partidos da base aliada.

Foi o povo e a imprensa, que o governo petista tentou manietar, mediante verbas e ameaças de regulamentação, inspirado no modelo chavista, que fizeram com que o governo chama de “golpe”, na verdade, seja um “contragolpe”.

O povo e o jornalismo livre cumpriram o seu dever na defesa da democracia e impuseram, mesmo aos políticos áulicos, o impeachment. É verdade que um segmento importante do MP, da Polícia Federal e da Justiça também fizeram a sua parte, inclusive o juiz Sérgio Moro, que democratizou o Código Penal, remetendo ao cárcere grandes empresários e notórios malandros da vida pública, que acreditavam na impunidade pela força do dinheiro, mas, nada seria possível sem a mobilização popular.

A classe política, porém, aparece de uma forma decepcionante. Mesmo o PMDB, que é essencial para a mudança, compareceu muito ao reboque dos acontecimentos. É verdade que mamaram nas tetas, todos mamaram, mas, são políticos e, como políticos, tem a necessidade imperativa de dinheiro para sobreviver, mas, esta sobrevivência não pode abrir mão de representar a vontade popular sob pena de ser  o que se tornou o governo Dilma, uma fraude completa.  Lembro das palavras de Winston Churchill,  afirmando que “pior do que a derrota é a desonra”.  

Lula e Dilma não tem nem sequer a capacidade de preservar o respeito que poderiam adquirir se cedessem à vontade popular. Vão tentar prolongar a posse do poder até o fim. Vão prolongar o nosso sacrifício por absoluta falta de bom senso e visão de futuro. Serão enterrados, sem a menor dignidade, pelos os que se fizeram partícipes da quadra mais negra da vida brasileira, pois, podem dizer o que quiserem, como disseram antes até mais contra, Sarney, Collor, Maluf, Renan, Cunha, Jucá e tantos outros, mas, a verdade é que, hoje, fazem um papel mais tosco e vergonhoso do que todos os que acusaram antes. Saíram da história como os vilões que venderam as esperanças de melhores dias e nos entregaram, ainda tentando nos enganar, a recessão, o desemprego, a inflação e a falta de perspectivas. Não terão as benesses mais do presente e no futuro serão vistos apenas como uma página negra da história do País que foi preciso virar para que se possa de novo retomar o desenvolvimento  e dias melhores.

(*) É professor da UNIR-Fundação Universidade Federal de Rondônia de Economia Internacional e Professor Doutor em Desenvolvimento Sustentável pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos-NAEA da Universidade Federal do Pará-UFPª.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A difícil e necessária convivência com o celular

A difícil e necessária convivência com o celular

Efetivamente, apesar da minha idade, sou um fã de novidades e de tecnologia. Regularmente escrevo sobre economia criativa e sobre Inteligência Artif

Os Orixás em cordel de Bule-Bule

Os Orixás em cordel de Bule-Bule

Quando conheci Antônio Ribeiro da Conceição, o grande mestre baiano Bule-Bule, ainda estávamos no século passado e ele fazia dupla com um outro nome

A inadiável necessidade de incentivar a indústria naval e a Marinha Mercante

A inadiável necessidade de incentivar a indústria naval e a Marinha Mercante

O Brasil é um país muito rico e, mais que rico, generoso, muito generoso com os outros países. Não falo apenas pelos investimentos do BNDES na Venez

O carnaval é uma festa familiar em todos os sentidos

O carnaval é uma festa familiar em todos os sentidos

Minha visão do carnaval, a partir da época de criança, sempre foi de festa, de um momento de inversão dos valores onde os homens se vestiam de mulhe

Gente de Opinião Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)