Domingo, 26 de abril de 2015 - 17h57
247 – A atuação do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parece estar cada vez mais difícil. Após o seu correligionário e presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), avisar que o projeto da terceirização tramitará o tempo que for necessário na Casa, ao contrário do que ocorreu na Câmara, senadores começaram a articular a criação de uma frente suprapartidária com o objetivo de "barrar" pautas lideradas por Cunha. Dessa forma, Renan acaba tendo respaldo para "desacelerar" a tramitação do projeto que trata da terceirização do País.
"Temos um momento novo na política e um presidente da Câmara que está vindo com uma agenda extremamente conservadora e de supressão de direitos", disse ao Estadão o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos articuladores da criação da frente.
O senador e 1.º vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), afirmou que "(é preciso) somar força com o presidente Renan Calheiros no enfrentamento dessa ameaça que o presidente da Câmara, lamentavelmente, faz".
O grupo começou a ser formado na semana passada, definiu ao menos quatro pautas prioritárias para serem discutidas em outro ritmo no Senado: terceirização, redução da maioridade penal, flexibilização do porte de armas com mudanças no Estatuto do Desarmamento e o Estatuto da Família, que determina, entre outros pontos, que apenas a união de um homem e uma mulher pode constituir uma família. Dessas propostas, apenas a terceirização já passou pela Câmara.
Outro articulador da frente, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), afirmou ter ficado "horrorizado" com o fato de Cunha dizer que vai restabelecer a proposta de terceirização aprovada pela Câmara caso o Senado faça alterações no projeto.
"É a primeira vez que vejo uma posição monocrática, como se todos fossem vassalos dele", disse o pedetista. "Se ele tem esse poder, muito bem, que exerça, mas nós no Senado temos que cumprir o nosso papel", acrescentou.
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