Sexta-feira, 27 de março de 2015 - 06h27
Wagner Freire, da Agência CanalEnergia
Com 32 turbinas em operação, somando 2.424 MW de potência, a hidrelétrica de Santo Antônio está 95% concluída. Contudo, ainda serão necessários R$ 1,85 bilhão para completar a obra em 2015, informou Luiz Pereira de Araújo, diretor de Relações com Investidores da SAESA. A maior parte dos recursos, R$ 1,46 bilhão, será utilizada na construção das estruturas restantes; a outra parcela será consumida para cobrir custos com o cumprimento de condicionantes socioambientais e questões fundiárias.
Para fazer frente a esses investimentos, a SAESA conta com a geração de caixa do ano e com a liberação de R$ 1,1 bilhão de um financiamento feito com o BNDES. A primeira parcela está prevista para ser liberada no início de abril. Além disso, a empresa espera ter reconhecido o pedido de excludente de responsabilidade pelo atrasos no cronograma do empreendimento, bem com seja reembolsada pela aplicação do Fator de Indisponibilidade, que causou um impacto negativo de R$ 723 milhões em 2014. "Esperamos que isso seja equacionado dentro do exercício 2015", disse Araújo.
O executivo não descarta a possibilidade de novos aportes pelos acionistas da Santo Antônio Energia. "Essas questões estão sendo consideradas para fazer parte da finalização do empreendimento", disse nesta quinta-feira, 26 de março, em conversa com analistas de mercado, após apresentação dos resultados da SAESA. "O porte de acionistas é a última alternativa."
No ano passado, os acionistas da SAESA aportaram R$ 2,77 bilhões. Uma das tranches, liberada em outubro, causou certo desconforto entre os sócios. Cemig e SAAG se recusaram a aportar um valor total de R$ 174,8 milhões, pois não concordavam com um acordo feito entre a SAESA e o Consórcio Construtor Santo Antônio, que aprovou o pagamento de valores relacionados aos efeitos das greves ocorridas entre 2009 e 2012. As empresas entram na Justiça e conseguiram uma liminar que as desobrigou do aporte.
GSF - Outro assunto abordado na teleconferência foi a exposição dos geradores. Segundo Araújo, uma das alternativas estudadas para aliviar o caixa das geradoras seria o repasse dos valores bilionários do GSF [fator de escala de geração, em inglês] para a conta do consumidor A outra "solução" seria diluir os valores ao longo do tempo para as geradoras, em vez de concentrar a cobrança em um único período. "Estamos vivendo um regime hídrico muito desfavorável e isso poderia ser treidado (sic) no tempo junto ao governo", disse o executivo.
Ele contou que o governo tem dimensão do problema e que é importante que as medidas para equacionar os impactos negativos do GSF sejam apresentadas rapidamente, pois a permanência das regras atuais poderá implicar em um "cenário perverso" para as geradoras em 2015. No caso da SAESA, o GSF gerou um custo de R$ 1,44 bilhão no ano passado, contribuindo para intensificar o prejuízo da companhia de R$ 2,2 bilhões no exercício de 2014. A expectativa do setor de geração é que o governo apresente em até 60 dias uma proposta para minimizar os impactos do GSF, estimados R$ 19,9 bilhões para este ano, podendo chegar a R$ 25 bilhões ao final de 2015.
Localizada no rio Madeira, a usina terá uma capacidade de geração de 3.568MW a partir de novembro de 2016 e garantia física de 2.424 MW médios. O quatro societário da SAESA é formado por Furnas (39%), Cemig (10%), Odebrecht Energia do Brasil (18,6%), Caixa Fip Amazônia Energia (20%) e SAAG Investimentos (12,4%).
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