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SIPAM reúne entidades para debate sobre pré-cheia 2014/15


Porto Velho (17/12/2014) – Cerca de 100 pessoas participaram durante a terça-feira (16) do Seminário Pré-Cheia 2015 realizado pelo SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia), Centro Regional de Porto Velho. Neste ano, a atividade trazia uma preocupação maior entre os participantes, tendo em vista a cheia histórica registrada em 2014 no Rio Madeira, quando o rio atingiu a marca histórica de 19,74m. Os técnicos do SIPAM e CPRM demonstraram que as chuvas devem permanecer acima da média para o período de dezembro, janeiro e fevereiro, porém, dentro da normalidade. Uma vez que ainda é cedo para descartar os riscos ocasionados com a natural elevação dos níveis dos rios nesta época do ano na região (especialmente observadas nas Bacias dos rios Beni, Mamoré e Guaporé, Madeira e outros). Buscando um parâmetro para o que se entende como normalidade, a Coordenadora Operacional do SIPAM, Ana Cristina Strava, explicou que para o Rio Madeira a estimativa para o mês de março (normalmente o período em que as cheias atingem o auge) é de uma cota entre 15 e 16,20 metros. Ao final do encontro ficou agendada uma nova reunião por videoconferência no dia 22 de janeiro de 2015, quando participarão entidades reunidas em Brasília, Acre e Rondônia. Nessa ocasião, novos cenários poderão ser traçados à luz dos prognósticos climáticos da meteorologia do SIPAM.

Realizado desde 2006, o evento busca promover o encontro entre os diversos setores e esferas de governo e os órgãos responsáveis pelas ações de defesa civil, gestão e monitoramento de recursos hídricos e as instituições de pesquisa e fiscalização dos Estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso, com vistas à troca de experiências e elaboração de estratégias para o próximo período de cheia. Além dos representantes da CPRM e do SIPAM, o meteorologista do Climatempo, Alexandre Nascimento, também apresentou dados que demonstram como cenário para o próximo trimestre como de mais chuvoso na região, só que em quantidade inferior ao que foi registrado no início do ano. “Os valores previstos para esta temporada são bem inferiores aos registrados em 2014”, afirmou Nascimento.

Segundo o Coordenador-Geral de Monitoramento e Operação, do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), Marcus Suassuna Santos, este foi o início mais efetivo do processo de planejamento envolvendo diversos órgãos para a cheia 2014/2015, “tivemos como encaminhamento adotar uma sequência de reuniões para fazer o acompanhamento ao longo da evolução dos níveis dos rios e para fazer com que os órgãos de defesa civil se articulem para trabalhar de um modo mais harmônico, rápido. Acredito que começamos bem o processo, mas ele não concluiu aqui”.

O Coronel Rodrigues do Corpo de Bombeiros de Rondônia avaliou como muito positivo o seminário, “a sala foi cheia, quase não tinha cadeiras para todo mundo na parte da manhã, uma série de órgãos, todos falando, todos irmanados. Falamos de pré-cheia, não querendo cheia, mas com um estudo preparatório para ela, isso é interessante e o SIPAM capitaneando isso com vários órgãos. Tem que agradecer mesmo, se o nosso braço era um pouco, se reforça cada vez mais, porque os parceiros vêm e somam conosco”. O representante estadual também enfatizou a preocupação dos municípios em querem auxiliar e a contribuição dos diversos órgãos, que demonstraram suas expertises. “O SIPAM sempre foi um celeiro de informações, mas que as pessoas não utilizavam, e na medida que o SIPAM trouxe para cá essa discussão, eu creio que só ganhamos, é uma terça-feira que vai somar e crescer”.

Há 26 anos no Corpo de Bombeiros, o Coordenador Estadual da Defesa Civil do Acre, Coronel Gondin, explica que a cheia registrada em 2014 foi a que mais causou impacto no Estado, tendo em vista a interdição na BR-364, único acesso terrestre entre Acre e Rondônia. No evento, o principal objetivo era colher informações junto às várias instituições participantes e sobre as previsões meteorológicas, em especial quanto aos possíveis impactos na rodovia. Segundo ele, com a reunião é possível ter um melhor planejamento a fim de evitar ou minimizar danos maiores e “para sabermos o que está previsto para o futuro para que possamos nos preparar no Estado do Acre e termos um norte de uma possível enchente semelhante ao que aconteceu em 2014 no Rio Madeira. Em princípio serviu como um aprendizado para nós, porque nessa última cheia fomos surpreendidos e as ações que desenvolvemos foram espontâneas, as providências foram tomadas de acordo com as necessidades do momento. Vamos colher o máximo de informação aqui para podermos nos preparar para o inverno, que esperamos não ser tão severo quanto foi neste ano. Temos que nos preparar para o pior e esperar que aconteça o melhor”.

O Secretário de Meio Ambiente e Coordenador de Defesa Civil do Município de Nova Mamoré, Flavio Conesuque Filho, “a questão de planejamento para Nova Mamoré são os riscos de isolamento que existiram no passado e que hoje não estão foram de cogitação. Temos apenas uma BR, a que liga o Estado do Acre, e os dois municípios (Nova Mamoré e Guajará-Mirim) sofreram demais com a situação do isolamento. Subiu o preço dos produtos, o município deixou de arrecadar e as pessoas dentro das fazendas ficaram totalmente ilhadas”.

Participaram do Seminário Pré-Cheia organizado pelo SIPAM e CPRM (Serviço Geológico do Brasil), representante das defesas civis nacional (CENAD), dos estados do Acre e Rondônia, e dos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Ji-Paraná e Costa Marques, mais ANA (Agência Nacional de Águas), SEDAM-RO (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental), SEMA-AC (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos recursos naturais renováveis), SOPH (Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia), ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), CSAE (Santo Antonio Energia), ESBR (Energia Sustentável do Brasil), MPF (Ministério Público Federal), SEAS-RO (Secretaria de Estado de Assistência Social, ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), CAERD-RO (Companhia de Águas e Esgotos), Shell Combustíveis e representantes de prefeituras municipais.

Fonte: Rosália Silva
 

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