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Viriato Moura

SÃO LUCAS, O PATRONO DOS MÉDICOS


                   
“Os médicos, por meio de sua estreita relação com os pacientes,
podem dar, pelo amor, um sentido divino ao exercício profissional.”

                                               José Moscati

                                                                          
 

SÃO LUCAS, O PATRONO DOS MÉDICOS - Gente de Opinião

         Lucas viveu no século I da era cristã. Um escrito do século II sintetiza seus dados biográficos como “um sírio de Antioquia (atual Turquia), médico de profissão, discípulo dos apóstolos e mais tarde seguidor de Paulo (...)”. Estudou medicina em Alexandria e a exerceu em Roma, onde foi designado médico do palácio pelo imperador Tibério, atividade de notória projeção. Todavia, Lucas preferiu praticar a medicina entre os mais necessitados, afastando-se, depois de certo tempo, das atividades palacianas.  

         Durante e após o curso de medicina, Lucas teve contato com a filosofia monoteísta professada pelos judeus. No convívio com os pobres, ouvia falar de um judeu de origem humilde que realizava grandes milagres e transmitia mensagens libertadoras ao povo, chamado Jesus Cristo. Dada sua formação científica e cultural, Lucas era cético e não acreditou o que diziam de Jesus, que se auto-intitulava o Filho de Deus. Mas passou a se interessar pelas histórias que ouvia sobre Ele.  Tempos depois, soube que Jesus morrera crucificado pelos romanos em razão de sua pregação revolucionária, que prometia um reino que não era deste mundo. Seu interesse em saber quem era de fato esse Jesus a quem atribuíam curas milagrosas e até ressuscitações, tornava-se cada vez maior. Sua índole investigativa o levou à Jerusalém, palco daqueles acontecimentos. Em seguida, à Nazaré, para manter contato com aqueles que conviveram com Ele, testemunhas oculares dos fatos apregoados sobre o Messias – Lucas não O conheceu pessoalmente. Comprometido com a verdade histórica, somente após ouvir apóstolos e familiares de Cristo, inclusive Sua mãe, Maria, passou redigir textos detalhados sobre o nascimento, a vida e a morte de Redentor. Segundo a tradição cristã, o Terceiro Evangelho e o livro Atos dos Apóstolos foram escritos por Lucas. Seus textos são considerados a maior expressão literária do Novo Testamento.

         As primeiras citações sobre a atividade evangelizadora de Lucas estão nas epístolas de Paulo, que fazem referência a ele como “colaborador” e “o médico amado” (CI 4:14). Mas, mesmo antes de se converter ao cristianismo, Lucas dedicava sua vida aos humildes com solidariedade e amor. Ele nunca se casou, tampouco teve filhos.

         Além de médico piedoso e evangelista que melhor descreveu a vida de Maria, o nascimento e a infância de Jesus, Lucas era pintor. Sua sólida formação cultural transparece na redação de seu Evangelho, escrito em grego correto, purista e rico em vocábulos.  Seus dotes pictóricos aparecem também em seu texto sagrado, onde pintou a figura do Jesus.

         São Lucas morreu martirizado em Tebas, na Grécia (há versões de que isto teria acontecido em Patras (Grécia) ou em Roma), aos 84 anos de idade. Seus restos mortais, por volta do ano 1177, foram transladados para Pádua (Itália) onde se encontram até hoje, na Capela de Santa Justina. Pesquisa recente, solicitada pela Diocese de Pádua, feita pela equipe do geneticista Guido Barbujani, da Universidade de Ferrara, através de exame de DNA, asseguram ser bastante provável a autenticidade do esqueleto lá cultuado.

         As virtudes morais, o vasto conhecimento, o compromisso com a verdade científica, a dedicação e o amor ao próximo, em particular aos mais humildes, e a prática dos valores cristãos fazem de São Lucas o exemplo maior a ser seguidos pelos  médicos.  No calendário cristão, o dia 18 de outubro homenageia o santo médico e evangelista.
 

Nota do Autor — O dia 18 de outubro, em homenagem ao nascimento de São Lucas, passou a ser considerado, em alguns países, o Dia do Médico a partir do século XV. Essa data é comemorada nesse dia no Brasil, em Portugal, na Espanha, na Itália, na Bélgica, na Polônia e na Inglaterra. Em outros país o dia escolhido tem como referencia outras eminentes figuras da medicina.

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