100 anos - que acordem os bandeirantes!

 

                   Comemorar 100 anos de existência deve ser festejado com muito orgulho. Pois bem, num processo de evolução, antes surgiu um pequeno vilarejo que mais tarde se tornaria capital do Território Federal do Guaporé e, nos idos dos anos 80, veio a tornar-se a capital do Estado de Rondônia.

                   A história homenageia, alguns efusivamente outros nem tanto, homens e mulheres que fundaram e propiciaram o desenvolvimento deste rincão do país.  O poema “Céus de Rondônia”, depois hino do Estado,reflete todo o esplendor desta terra tão rica e maravilhosa. E a maior riqueza desta Cidade – é composta pelo que muitos chamam de seu “capital humano”.

         Os cidadãos, homens e mulheres, que habitam esta cidade compõem a maior riqueza que se pode encontrar num local, e são essas mesmas pessoas que, ao longo da história, representam seu maior patrimônio e que, muitas vezes, lutando contra as mais diversas adversidades, os que aqui nasceram ou para cá foram, pelo destino, trazidas, sofrem as tristezas sociais, culturais, financeiras e políticas, mas continuam firmes.

         Neste momento de júbilo, pelo centenário, o descontentamento pelas mazelas que, diuturnamente, assolam este pedaço de chão me leva a convidar a população ordeira e honesta desta cidade para uma grande reflexão acerca do passado, do presente e buscar, assim, um futuro mais digno deste município. Nossa cidade de Porto Velho não tem tido sorte com os “comandantes” que por aqui passam. As obras mais essenciais que a coletividade necessita – saneamento, esgoto, iluminação e limpeza – foram deixadas de lado. Esporte, cultura e lazer, de qualidade, esses nunca vi, nem tive notícias.

                   Quando é verão a desculpa é o calor e quando chegamos ao período chuvoso a desculpa são as águas do céu. Pois bem, os governantes que aqui garimparam, sim, Porto Velho foi e continua a ser um grande garimpo, onde algumas pessoas continuam a extrair de forma voraz toda a riqueza que podem e (suspeita-se que) exportam para sua terra natal, e quando a bonança, acaba, saem sorrateiramente, no voo da madrugada.

                   Aqui nasci, fui criado por meus pais, constituí minha família e aqui pretendo perecer, mas peço ao nosso Criador que antes do fatídico dia final chegar que meus olhos ou qualquer outro sentido, que por ventura ainda funcione, possa me revelar que a nossa Porto Velho está sendo bem tratada pelo timoneiro mor.

                   Cem anos de existência legal.  Muitas alegrias, sim. Entretanto as decepções as superam, mas entendo que cabe a mim e aos demais que pretendem ver uma cidade melhor, para nossos filhos, netos e demais descendentes, buscarmos algumas soluções que possam, com o passar do tempo resultar em significativas melhorias sociais, culturais, financeiras e políticas.

                   Centenária a nossa capital. Cem anos.

                   Triste estou, pois se nada fizermos ela continuará Sem: Sem Desenvolvimento, Sem Tradição, Sem Cultura e por fim, SEM Vergonha

                   Acorda Porto Velho; Acordem Os Bandeirantes De Rondônia!!!

Fonte: Cláudio Uchoa

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