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Matias Mendes

BOTAFOGO: O Império da Mística


                 Por MATIAS MENDES
 

                O Botafogo, famoso pela mística que o acompanha, não deixou por menos no ano de 2013, não permitiu que o raio caísse pela segunda vez no mesmo lugar, como no ano de 1971 quando o Fluminense literalmente lhe roubou o título com um gol irregular quando ao alvinegro de General Severiano bastava apenas um empate para ser campeão carioca. Transcorridos quarenta e dois anos, o Glorioso de General Severiano engoliu o Fluminense e não deixou uma única Taça do Campeonato Carioca para ninguém, levou as três em disputa, de forma soberana e incontestável, mas sem escapar das lambanças de arbitragens, desta feita com o juiz anulando um gol já consumado para marcar um pênalti que o soberbo craque Clemence Seedorf terminou perdendo, fato que muito bem poderia ter influenciado no resultado final da partida.

                Mas desta vez o Botafogo não estava mesmo para brincadeiras, continuou jogando sério, com pegada, altaneiro em campo, impondo ao adversário a sua indiscutível superioridade técnica, resultado do bom trabalho que Osvaldo Oliveira vem realizando no clube, muito diferente dos tempos de Nei Franco, que no Botafogo nunca passou de Nei Fraco, que só levava o time às decisões para dar o título aos adversários, repetindo várias vezes as mesmas façanhas do Cuca que só conseguiu seguidos vice-campeonatos. O Botafogo está há quase uma década chegando à disputa final do Campeonato Carioca com apenas uns quatro títulos confirmados, dois dos quais com a conquista das três Taças do Campeonato, sendo que a maioria dos títulos foi desperdiçada de forma bisonha pela incompetência de treinadores.

                Na decisão do domingo passado foi muito diferente, a valorosa equipe não jogou de forma acovardada em busca apenas do empate que já lhe garantia o título, jogou para ganhar mesmo, para completar a campanha vitoriosa da Taça Rio sem perdoar um só adversário. Ganhou todas as partidas do Segundo Turno de forma convincente, a despeito de todas as lambanças das arbitragens. Eu sinto muito pelo meu confrade Lúcio Albuquerque, mas desta vez o seu Fluminense não deu nem para o começo, em momento algum ofereceu qualquer perigo real para o título do embalado Botafogo, foi apenas um coadjuvante de luxo para conferir mais brilho ao título do grande campeão carioca de 2013, feito que ficará inevitavelmente marcado na História do grande time, tal como o Campeonato de 1989 quando saímos do jejum de vinte e um anos sem títulos cariocas como se fosse uma maldição pelo título de 1971 que deixaram o Fluminense arrebatar com um gol ilegítimo. O grande time de 1971, um dos mais caros que o Botafogo montou, talvez até melhor que aquele tradicional que formava com Manga, Joel, Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Aírton e Didi; Garrincha, Quarentinha (ou Amoroso), Amarildo e Zagalo, tinha todas as condições de destroçar o Fluminense, mas terminou pecando pelo tal pragmatismo de se aferrar ao simples empate que lhe garantia o título, sendo duramente castigado ao final da partida pelo famigerado gol roubado dos tricolores. Felizmente desta vez a história não se repetiu nem como farsa e nem como tragédia. Somos de novo campeões! De forma absoluta, de forma soberana, de forma indiscutível. Nem vascaínos, nem flamenguistas e nem fluminenses podem se queixar de qualquer forma de favorecimento ao grande time do Botafogo. Foi uma conquista rotunda.

                Toutefois, comme le chat échaudé craint l’eau froide, os torcedores botafoguenses não fizeram nenhuma festa antecipada, aguardaram para comemorar quando tudo já estava consumado, quando já não havia mais tempo para reversão do resultado, quando se esgotaram as possibilidades de quaisquer lambanças da arbitragem ou malandragens do adversário, pois o fantasma de 1971 ainda pesa muito na nossa memória botafoguense. Mas como o ano tinha como final o número 13, o mesmo 13 que eu uso e que não tem nada a ver com o PT dos quadrilheiros, mas sim com a origem bíblica do décimo terceiro Apóstolo de Cristo, o MATIAS, o título do Campeonato Carioca deste ano não poderia mesmo ser de qualquer outro time, a mística já havia destinado o título ao Botafogo, restando aos adversários apenas baixar a cabeça para o grande campeão carioca da temporada. E viva o grande e místico Botafogo!!! Viva o Botafogo de Armando Nogueira, de Vinícius de Moraes, de César Albuquerque, do Cabo Erasmo e de muitos outros torcedores de bom gosto...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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